ISAAC SANDES
Caros amigos, tentarei hoje, descrever e dissecar aqui um personagem que não é de carne e osso, não está na galeria dos tipos humanos, não possui, sequer, personalidade juridica, este tipo artificial de personalidade inventada pelos jurisconsultos, que carece do subjetivismo da alma.
Interessante….! - Até agora, não havia me ocorrido que a personalidade jurídica não tem nenhuma personalidade. Ora, se ela é fria, capitulada, descritiva e prevísivel, - como então chamá-la de personalidade? Que psicólogo se ocuparia em analisar uma personalidade juridica? Tudo ali, previsível, numerado em cláusulas, em capítulos. Cadê os conflitos, complexos, indecisões, culpas, remorsos. Nada, nada!!
Certamente, é um desserviço à psicologia e aos longos estudos da personalidade, a criação da artificial personalidade juridica. Vejam como soa falso! - Personalidade Jurídica!! É o afirmar negando. É pura caricatura !
Mas…, já ia me afastando. Nosso personagem já dava sinais de insatisfação e amuado protesto, traços marcantes de sua alma.
Nosso personagem é universal, democrático não conhece estratos humanos ou sociais. É univesal. Em resumo, é biblíco.
Não me xinguem nem se surpreendam se eu lhes disser que este personagem é a vaia.
A vaia. - Sim meus amigos! A urrante, imemorial e troglodita vaia. Acredito que, depois do balançar negativo ou afirmativo de cabeça, surgiu a vaia, para se opor ao aprovador silêncio, para pautar o certo e o errado na conduta humana. A vaia é a multidão balançando a cabeça num gigantesco não.
Em um país como o nosso, ainda portador de boa dose de complexo de lavadeira, a vaia tem servido como verdadeiro tratamento de choque na busca da auto estima.
Vejam nossas seleções de futebol, invariavelmente, quando saem de nosso país vaiadas e achincalhadas, fazem uma brilhante campanha e sempre trazem a redentora taça. Qual foi a sessão coletiva de análise que o possiblitou? Digo sem medo dos esgares dos eruditos. Foi a vaia!! Nossas vaias, despachadas junto com bagagem da delegação.
A vaia está para nossos Macunainas do futebol, como a capa vermelha está para o touro. O efeito é o mesmo, mexe com seus brios e lhes arranca cavernais reações de auto estima.
Disse, lá atrás, que nosso personagem é bíblico e não blasfemei. Provo!
Certamente, Davi só conseguiu desferir a certeira pedrada na testa do gigante Golias, após ter seus brios revolvidos por uma homérica e hebraica vaia.
Não foi só o ressurgimento da cabeleira que fez Sansão derrubar o templo. Foram também, em boa dose, as bárbaras vaias dos Filisteus.
Os gladiadores derrotados eram sacrificados após terem seus brios revolvidos e agitados por estrondosas vaias!!
E, finalmente, a vaia que mudou para sempre a história da humanidade. Aquela que estamos acostumados a ver, com injetados e lacrimejantes olhos, nas encenações e filmes da Paixão de Cristo, aquela que, mais do que a bacia d’água e a toalhinha para enxugar as mãos, estimulou Pilatos a tomar sua infeliz decisão entre Jesus e Barrabás.
Assim, pelo que tem de universal, pois necessita apenas de um troglodita UUUUUUUHHHH…..UUHHHHHH… - Gritado até pelo mais quadrúpede dos homens ! - A vaia, urrada na hora certa, teria sido decisiva para salvar até a Torre de Babel de seu frustrante fim. Pois tivesse sua internacional multidão de incomunicáveis operários e pedreiros, berrado um contínuo e babilônico Uuuuuuhhhh… Uuuuhhhhh…, nos ouvidos de seus engenheiros e mestres, estes certamente teriam seus brios revolvidos e, numa reação de elevada humildade, teriam pedido desculpas a Deus pela imperdoável soberba e ele, com certeza, daria um jeitinho para que terminassem a obra.
Charge extraída de rleite.wordpress.com/2007/07/
Caros amigos, tentarei hoje, descrever e dissecar aqui um personagem que não é de carne e osso, não está na galeria dos tipos humanos, não possui, sequer, personalidade juridica, este tipo artificial de personalidade inventada pelos jurisconsultos, que carece do subjetivismo da alma.
Interessante….! - Até agora, não havia me ocorrido que a personalidade jurídica não tem nenhuma personalidade. Ora, se ela é fria, capitulada, descritiva e prevísivel, - como então chamá-la de personalidade? Que psicólogo se ocuparia em analisar uma personalidade juridica? Tudo ali, previsível, numerado em cláusulas, em capítulos. Cadê os conflitos, complexos, indecisões, culpas, remorsos. Nada, nada!!
Certamente, é um desserviço à psicologia e aos longos estudos da personalidade, a criação da artificial personalidade juridica. Vejam como soa falso! - Personalidade Jurídica!! É o afirmar negando. É pura caricatura !
Mas…, já ia me afastando. Nosso personagem já dava sinais de insatisfação e amuado protesto, traços marcantes de sua alma.
Nosso personagem é universal, democrático não conhece estratos humanos ou sociais. É univesal. Em resumo, é biblíco.
Não me xinguem nem se surpreendam se eu lhes disser que este personagem é a vaia.
A vaia. - Sim meus amigos! A urrante, imemorial e troglodita vaia. Acredito que, depois do balançar negativo ou afirmativo de cabeça, surgiu a vaia, para se opor ao aprovador silêncio, para pautar o certo e o errado na conduta humana. A vaia é a multidão balançando a cabeça num gigantesco não.
Em um país como o nosso, ainda portador de boa dose de complexo de lavadeira, a vaia tem servido como verdadeiro tratamento de choque na busca da auto estima.
Vejam nossas seleções de futebol, invariavelmente, quando saem de nosso país vaiadas e achincalhadas, fazem uma brilhante campanha e sempre trazem a redentora taça. Qual foi a sessão coletiva de análise que o possiblitou? Digo sem medo dos esgares dos eruditos. Foi a vaia!! Nossas vaias, despachadas junto com bagagem da delegação.
A vaia está para nossos Macunainas do futebol, como a capa vermelha está para o touro. O efeito é o mesmo, mexe com seus brios e lhes arranca cavernais reações de auto estima.
Disse, lá atrás, que nosso personagem é bíblico e não blasfemei. Provo!
Certamente, Davi só conseguiu desferir a certeira pedrada na testa do gigante Golias, após ter seus brios revolvidos por uma homérica e hebraica vaia.
Não foi só o ressurgimento da cabeleira que fez Sansão derrubar o templo. Foram também, em boa dose, as bárbaras vaias dos Filisteus.
Os gladiadores derrotados eram sacrificados após terem seus brios revolvidos e agitados por estrondosas vaias!!
E, finalmente, a vaia que mudou para sempre a história da humanidade. Aquela que estamos acostumados a ver, com injetados e lacrimejantes olhos, nas encenações e filmes da Paixão de Cristo, aquela que, mais do que a bacia d’água e a toalhinha para enxugar as mãos, estimulou Pilatos a tomar sua infeliz decisão entre Jesus e Barrabás.
Assim, pelo que tem de universal, pois necessita apenas de um troglodita UUUUUUUHHHH…..UUHHHHHH… - Gritado até pelo mais quadrúpede dos homens ! - A vaia, urrada na hora certa, teria sido decisiva para salvar até a Torre de Babel de seu frustrante fim. Pois tivesse sua internacional multidão de incomunicáveis operários e pedreiros, berrado um contínuo e babilônico Uuuuuuhhhh… Uuuuhhhhh…, nos ouvidos de seus engenheiros e mestres, estes certamente teriam seus brios revolvidos e, numa reação de elevada humildade, teriam pedido desculpas a Deus pela imperdoável soberba e ele, com certeza, daria um jeitinho para que terminassem a obra.
Charge extraída de rleite.wordpress.com/2007/07/
òtimo artigo.
ResponderExcluirDestaco a passagem sobre a personalidade jurídica.
Uma clara mostra de que o autor não se deixou tomar pela "esquizofrenia" dos tipos, mantendo o homem sob o controle da lucidez de homem.
Abção.
Dedé
Professor George,
ResponderExcluirmuito bom o texto do senhor. Prende nossos olhos da primeira frase a última. Parabéns.
Termino com uma frase fabulosa do texto: "... este tipo artificial de personalidade inventada pelos jurisconsultos, que carece do subjetivismo da alma."
Então só nos resta vaiar...
ResponderExcluirA vaia na história da humanidade! Brilhante texto!
Fiqei pensando em nossos politicos...pena que uma vaia não poderia resolver ...
Abraços
Olá George,
ResponderExcluirvenho convida-lo a conhecer o blog http://aleilton.blogspot.com/
autor baiano que vem se destacando cada vez mais na literatura brasileira....abraços