ISAAC SANDES
É sabido de todos que nosso cérebro é o mais completo, gigantesco e eficiente computador jamais criado.
Sabemos também ser ele executor do mais complexo sistema operacional até agora conhecido: o comportamento humano. Complexidade advinda do fato de ser autogerenciado e autodeterminado.
Difere dos sistemas operacionais instalados nos cérebros dos demais animais, os quais agem e executam rotinas comportamentais simples e naturais, guiadas por uma plataforma rígida e pré-estabelecida à qual chamamos de instinto.
É sabido de todos que nosso cérebro é o mais completo, gigantesco e eficiente computador jamais criado.
Sabemos também ser ele executor do mais complexo sistema operacional até agora conhecido: o comportamento humano. Complexidade advinda do fato de ser autogerenciado e autodeterminado.
Difere dos sistemas operacionais instalados nos cérebros dos demais animais, os quais agem e executam rotinas comportamentais simples e naturais, guiadas por uma plataforma rígida e pré-estabelecida à qual chamamos de instinto.
Nosso sistema operacional comportamental, envolve grande complexidade e constante aperfeiçoamento cuidando para que nossa conduta não marche no grupo de forças rotineiras e instintivas que a natureza estabeleceu como regra para as demais criaturas.
Do alto de nossa presunção e soberba, tentamos incutir, em nós mesmos, a precária verdade de que o usufruto de tal discernimento nos torna superiores. Esquecemos que a natureza, ao longo dos seus treze bilhões de anos de aperfeiçoamento, não comete erros nem irá tolerar tal rebeldia. Jamais permitirá ela que, entre os milhões de espécies, a nossa, com a sua dita autodeterminação, seja o flautim a desafinar na sua imensa orquestra.
Então, de posse dessa sua singularidade e arrogância, a espécie humana, autodenominada de homo sapiens, cometeu um dia o que considero ter sido o verdadeiro pecado original. O extermínio da única espécie de animais, igualmente inteligentes, que habitava o planeta junto com ela.
Assim, em determinado momento do mais recuado tempo, ao matar o último homem de Neandertal, nossa espécie, dita espécie inteligente, se viu única e solitária em todo planeta ou, quem sabe, no universo, perdendo o contraponto até então existente naquela que acabava de sucumbir.
Desde então, julgando-se o senhor do universo, vem tentando modificar a natureza e impor aos seus semelhantes as mais diversas regras de condutas que, por sua vez, sempre estarão em choque com as condutas ditadas pelo sistema operacional natural que teima em existir no âmago de nosso cérebro.
Diante disto, a natureza, com sua força descomunal, ciente de que o homem não passa, apenas, de mais uma mísera espécie, descartável a qualquer momento por desnecessária, está sempre a exigir o que lhe foi roubado. O comando de sua criatura !!
É um verdadeiro cabo de força! Numa extremidade, nossa pequena espécie e seu autodeterminismo, noutra, a natureza com suas imensuráveis forças, trilhando seu curso natural.
Das profundezas de nosso cérebro o instinto natural manda que façamos sexo sem regras, sem amarras e sem convenções. Enquanto nosso superficial e recente córtex nos empurra para uma prática sexual, certinha, cheia de regras, maneirismos, condutas ditas éticas e etiquetas. Até discutimos a relação no pós coito.
É, o cérebro reptiliano mandando que matemos nossa fome da maneira mais animal e eficiente possível. Enchendo nossas bocas e barrigas como se predadores espreitassem nossa comida. Que soltemos barulhentos arrotos para que o ar expelido nos dê mais espaço no estômago. Detonando poderosos puns no repasto para que nossos intestinos apressem a expulsão da refeição passada em benefício da recém ingerida.
Do alto de nossa presunção e soberba, tentamos incutir, em nós mesmos, a precária verdade de que o usufruto de tal discernimento nos torna superiores. Esquecemos que a natureza, ao longo dos seus treze bilhões de anos de aperfeiçoamento, não comete erros nem irá tolerar tal rebeldia. Jamais permitirá ela que, entre os milhões de espécies, a nossa, com a sua dita autodeterminação, seja o flautim a desafinar na sua imensa orquestra.
Então, de posse dessa sua singularidade e arrogância, a espécie humana, autodenominada de homo sapiens, cometeu um dia o que considero ter sido o verdadeiro pecado original. O extermínio da única espécie de animais, igualmente inteligentes, que habitava o planeta junto com ela.
Assim, em determinado momento do mais recuado tempo, ao matar o último homem de Neandertal, nossa espécie, dita espécie inteligente, se viu única e solitária em todo planeta ou, quem sabe, no universo, perdendo o contraponto até então existente naquela que acabava de sucumbir.
Desde então, julgando-se o senhor do universo, vem tentando modificar a natureza e impor aos seus semelhantes as mais diversas regras de condutas que, por sua vez, sempre estarão em choque com as condutas ditadas pelo sistema operacional natural que teima em existir no âmago de nosso cérebro.
Diante disto, a natureza, com sua força descomunal, ciente de que o homem não passa, apenas, de mais uma mísera espécie, descartável a qualquer momento por desnecessária, está sempre a exigir o que lhe foi roubado. O comando de sua criatura !!
É um verdadeiro cabo de força! Numa extremidade, nossa pequena espécie e seu autodeterminismo, noutra, a natureza com suas imensuráveis forças, trilhando seu curso natural.
Das profundezas de nosso cérebro o instinto natural manda que façamos sexo sem regras, sem amarras e sem convenções. Enquanto nosso superficial e recente córtex nos empurra para uma prática sexual, certinha, cheia de regras, maneirismos, condutas ditas éticas e etiquetas. Até discutimos a relação no pós coito.
É, o cérebro reptiliano mandando que matemos nossa fome da maneira mais animal e eficiente possível. Enchendo nossas bocas e barrigas como se predadores espreitassem nossa comida. Que soltemos barulhentos arrotos para que o ar expelido nos dê mais espaço no estômago. Detonando poderosos puns no repasto para que nossos intestinos apressem a expulsão da refeição passada em benefício da recém ingerida.
E, por outro lado, nosso novo e dito civilizado sistema operacional, nos impondo maneiras finas de sentar à mesa, ditando métodos do usos de talheres, ordem de uso das peças, etc. Até nos ensinando que devemos sempre sair da mesa com um pouco de fome e que, nela, não devemos permitir qualquer manifestação originária dos nossos primitivos instintos.
É a natureza mandando que durmamos sempre que estivermos saciados de comida e sexo, pois assim agem todos os demais animais, até que tais necessidades instintivas retornem. Enquanto, por sua vez, nosso civilizado sistema sempre a nos empurrar para a faina diária, impondo que acumulemos mais comida do que necessitamos, nos mandando fazer sexo não para o bem da espécie, mas para mostrarmos desempenho, performance e poder.
É o impulso natural e instintivo dizendo que só devemos possuir o que pudermos carregar, e, por seu lado, nossa dita razão e autodeterminação nos empurrando para uma inconseqüente acumulação de metais, jóias, papel moeda e bujingangas tão inúteis, quanto foram os espelhinhos do escambo dos descobridores para nossos indígenas.
É a vontade primeva de nossos neurônios martelando lá no fundo para que andemos nus e integrados à natureza, enfrentando em feroz luta, as impostas e antinaturais regras, que pregam: “O corpo nu, sem os inúteis badulaques, é indigno, é imoral" .
É o gene egoísta que quer, à custa da irreprimível força natural, se replicar em conjunção com a fêmea eleita e receptiva que passa na frente do macho, ou vice-versa. Em eterna luta contra o cabedal de regras e leis que dizem que ele só deverá se replicar apenas com aquela fêmea que for conveniente para a ordem econômica, ou para a satisfação social e moral do grupo.
Talvez, nessa luta desigual, nesse penoso carregar do insuportável fardo de síndico do universo, para o qual o homem se autoelegeu, resida a origem secreta de todas as nossas neuras, de todas as nossas paranóias.
Em síntese, é o resultado de todos estes conflitos que faz o nosso Sistema Operacional, “dito inteligente", rodar lentamente e apresentar freqüentes panes, pois que atingido pelos mais diversos Bugs, provocados pelos constantes conflitos com o natural e instintivo programa que, teimosamente, é executado em paralelo nas profundezas de nossos cérebros. Tais conflitos, vez por outra, nos deixam confusos, indecisos travados. Por qual dos dois Sistemas Operacionais nossa conduta deverá se pautar? Atendemos ao poderoso e natural sistema da natureza, ou ao recente e precário sistema artificial gerado em nosso córtex cerebral? Eis a verdade.
Daí, o surgimento entre nós, presunçosos e pobres seres, de comportamentos e condutas que, sem saber, classificamos como absolutamente inexplicáveis, rotulando-as de neurose, loucura ou monstruosidade. Finalmente, atordoados, nos entregamos a gurus ou corremos para o consultório do psicanalista, sem saber que este, da mesma forma, encontra-se lá com seus próprios conflitos e inexplicáveis “Bugs" e aproveitará nossa visita para procurar respostas para ele mesmo.
Isaac Sandes
05/07/2009.
É a natureza mandando que durmamos sempre que estivermos saciados de comida e sexo, pois assim agem todos os demais animais, até que tais necessidades instintivas retornem. Enquanto, por sua vez, nosso civilizado sistema sempre a nos empurrar para a faina diária, impondo que acumulemos mais comida do que necessitamos, nos mandando fazer sexo não para o bem da espécie, mas para mostrarmos desempenho, performance e poder.
É o impulso natural e instintivo dizendo que só devemos possuir o que pudermos carregar, e, por seu lado, nossa dita razão e autodeterminação nos empurrando para uma inconseqüente acumulação de metais, jóias, papel moeda e bujingangas tão inúteis, quanto foram os espelhinhos do escambo dos descobridores para nossos indígenas.
É a vontade primeva de nossos neurônios martelando lá no fundo para que andemos nus e integrados à natureza, enfrentando em feroz luta, as impostas e antinaturais regras, que pregam: “O corpo nu, sem os inúteis badulaques, é indigno, é imoral" .
É o gene egoísta que quer, à custa da irreprimível força natural, se replicar em conjunção com a fêmea eleita e receptiva que passa na frente do macho, ou vice-versa. Em eterna luta contra o cabedal de regras e leis que dizem que ele só deverá se replicar apenas com aquela fêmea que for conveniente para a ordem econômica, ou para a satisfação social e moral do grupo.
Talvez, nessa luta desigual, nesse penoso carregar do insuportável fardo de síndico do universo, para o qual o homem se autoelegeu, resida a origem secreta de todas as nossas neuras, de todas as nossas paranóias.
Em síntese, é o resultado de todos estes conflitos que faz o nosso Sistema Operacional, “dito inteligente", rodar lentamente e apresentar freqüentes panes, pois que atingido pelos mais diversos Bugs, provocados pelos constantes conflitos com o natural e instintivo programa que, teimosamente, é executado em paralelo nas profundezas de nossos cérebros. Tais conflitos, vez por outra, nos deixam confusos, indecisos travados. Por qual dos dois Sistemas Operacionais nossa conduta deverá se pautar? Atendemos ao poderoso e natural sistema da natureza, ou ao recente e precário sistema artificial gerado em nosso córtex cerebral? Eis a verdade.
Daí, o surgimento entre nós, presunçosos e pobres seres, de comportamentos e condutas que, sem saber, classificamos como absolutamente inexplicáveis, rotulando-as de neurose, loucura ou monstruosidade. Finalmente, atordoados, nos entregamos a gurus ou corremos para o consultório do psicanalista, sem saber que este, da mesma forma, encontra-se lá com seus próprios conflitos e inexplicáveis “Bugs" e aproveitará nossa visita para procurar respostas para ele mesmo.
Isaac Sandes
05/07/2009.