ISAAC SANDES
Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que pode suspeitar nossa vã filosofia. Já vaticinava o bardo !!
Todos estão cansados de saber que existem mais mistérios entre homem e mulher, entre um irmão e outro, entre dois amigos, dos que os tais mistérios que possam existir entre o céu e a terra, ou melhor: que possa suspeitar nossa pobre filosofia. É nessa linha que canta o Ministrel: “Mistério sempre há de pintar por ai”.
Entretanto, existem, mesmo, certos mistérios que colocam em xeque todo conhecimento da humanidade.
Pesquisas com neutrinos, aceleradores de partículas, sondagens intergaláticas com potentes radiotelescópios, nanotecnologia, pesquisas com céulas troncos, mapeamento do genoma, todos esses campos do avançado conhecimento humano, envolvem, cada a um, a seu modo, mistérios….! Muitos mistérios!!!
O mistério vem acompanhando a raça humana desde seus primórdios. Fica fácil imaginar o que ela se tornaria sem essa força motriz que estimula a curiosidade e, finalmente, a pesquisa.
Cá de minha vã – ou melhor, de minha minivan filosofia - arrisco a afirmar que o mistério e a curiosidade foram as molas mestras que impulsionaram a inteligênca humana em seus primórdios.
Afinal, todas religiões surgiram em razão de mistérios inescrutáveis pelo pobre homem. Da mesma forma, sempre fizeram questão de preservar tais mistérios e usá-los como combustível de sua existência e manutenção.
Nosso Direito, em particular, sempre utilizou uma boa dose de mistério em seus ritos e liturgia, com finalidade de impressionar o leigo e, até hoje, recorre ao morto e sepultado latim nesse desiderato. Quem nunca ouviu um introspecto e impertigado causídico disparar: “fumus boni juris..” etc.
Mas…! O grande e indecifrável mistério que vem perseguindo a humanidade desde os meados do sec. XX, reside num objeto simples e que faz parte do cotidiano de todos nós, seja você o maior mandatário do planeta, ou o mais humilde assistente provisório de um sub-carimbador interino.
Não se espantem nem me taxem de ridículo, ao lhes revelar que o gigantesco mistério que embatuca a humaniade é protagonizado por algo que todos nós conhecemos de perto, mantemos sempre junto ao nosso corpo e, quando dele precisamos e não o encontramos, somos tomados de uma frustração que beira as raias do pânico. Esbravejamos em nossas casas, perdemos a fleuma, a compustura e passamos a acusar, inconsequentemente, nossos amigos ou familiares próximos como responsáveis diretos pela quase tragédia.
Não ria se eu lhe revelar que o misterioso objeto do qual estou falando é uma inocente caneta Bic.
E que, o grande mistério, é o seu inesperado, inexplicável e recorrente desaparecimento de nossos bolsos, de nossas pastas ou dos nossos locais de trabalho.
Você já notou como milhares de canetas Bic, somem diariamente da vista da humanidade, sem que ninguém jamais suspeite seu paradeiro ou a forma como desapareceu?
Você já parou pra pensar que, sendo a população do planeta em torno de seis bilhões de almas e, tendo cada uma, durante sua vida, visto desaparecer diante de seus olhos, pelo menos, meia centena de canetas Bic’s, o quanto é gigantesco o tal mistério que se segue ao sumiço ?
Já parou pra calcular que tal desaparecimento importa na evaporação inexplicáel de aproximados trezentos bilhões dos misteriosos objetos ?
Você mesmo! Me responda: Quantas canetas Bic já viu desaparecer ?
Pela quantidade de tais objetos perdidos, seria de supor que, em determinado momento, alguém acidentalmente haveria de encontrar lugares onde estariam depositadas e adormecidas montanhas delas. Mas não ! Não! Nunca se teve notícia de qualquer descoberta desses esquecidos e gigantescos depósitos onde teriam supostamente que estar, os milhões de Bics que diariamente somem misteriosamente.
Os mais zen ou místicos que mexem com ufolugia querem mesmo crer que as canetas Bic, são seres extraterrestres transfigurados naquela forma, os quais, uma vez cumprida sua missão entre nós, misteriosamente retornam ao seu local de orígem, incógnito nas profundezas do universo. Nos deixando aqui pasmos e atarantados com seu repentino sumiço.
Acrescente-se a tal mistério o que, talvez seja o mistério maior: Antes de se desmaterializar diante de nós, toda caneta Bic vê primeiro desaparecer sua tampinha, para, tempos depois, ela mesma sumir. Tal episódio prévio - Talvez em razão das mordidas que lhes damos - nos faz suspeitar que as tampinhas ao sumirem, desencadeiam o irrefreável fenômeno da desmaterialização da canetas, pois mesmo se as amarrarmos após perderem suas tampinhas, elas, invariavelmente, irão sumir.
Portanto, eis o mistério dos mistérios. A você, que insiste em não acreditar no que estou dizendo: Lanço um repto!
Quem nunca viu, inexplicavelmente, sumir diante de seus olhos, pelo menos uma dezena de canetas Bic, que atire a primeira tampinha.
Isaac Sandes - 30/05/09
Existem mais mistérios entre o céu e a terra do que pode suspeitar nossa vã filosofia. Já vaticinava o bardo !!
Todos estão cansados de saber que existem mais mistérios entre homem e mulher, entre um irmão e outro, entre dois amigos, dos que os tais mistérios que possam existir entre o céu e a terra, ou melhor: que possa suspeitar nossa pobre filosofia. É nessa linha que canta o Ministrel: “Mistério sempre há de pintar por ai”.
Entretanto, existem, mesmo, certos mistérios que colocam em xeque todo conhecimento da humanidade.
Pesquisas com neutrinos, aceleradores de partículas, sondagens intergaláticas com potentes radiotelescópios, nanotecnologia, pesquisas com céulas troncos, mapeamento do genoma, todos esses campos do avançado conhecimento humano, envolvem, cada a um, a seu modo, mistérios….! Muitos mistérios!!!
O mistério vem acompanhando a raça humana desde seus primórdios. Fica fácil imaginar o que ela se tornaria sem essa força motriz que estimula a curiosidade e, finalmente, a pesquisa.
Cá de minha vã – ou melhor, de minha minivan filosofia - arrisco a afirmar que o mistério e a curiosidade foram as molas mestras que impulsionaram a inteligênca humana em seus primórdios.
Afinal, todas religiões surgiram em razão de mistérios inescrutáveis pelo pobre homem. Da mesma forma, sempre fizeram questão de preservar tais mistérios e usá-los como combustível de sua existência e manutenção.
Nosso Direito, em particular, sempre utilizou uma boa dose de mistério em seus ritos e liturgia, com finalidade de impressionar o leigo e, até hoje, recorre ao morto e sepultado latim nesse desiderato. Quem nunca ouviu um introspecto e impertigado causídico disparar: “fumus boni juris..” etc.
Mas…! O grande e indecifrável mistério que vem perseguindo a humanidade desde os meados do sec. XX, reside num objeto simples e que faz parte do cotidiano de todos nós, seja você o maior mandatário do planeta, ou o mais humilde assistente provisório de um sub-carimbador interino.
Não se espantem nem me taxem de ridículo, ao lhes revelar que o gigantesco mistério que embatuca a humaniade é protagonizado por algo que todos nós conhecemos de perto, mantemos sempre junto ao nosso corpo e, quando dele precisamos e não o encontramos, somos tomados de uma frustração que beira as raias do pânico. Esbravejamos em nossas casas, perdemos a fleuma, a compustura e passamos a acusar, inconsequentemente, nossos amigos ou familiares próximos como responsáveis diretos pela quase tragédia.
Não ria se eu lhe revelar que o misterioso objeto do qual estou falando é uma inocente caneta Bic.
E que, o grande mistério, é o seu inesperado, inexplicável e recorrente desaparecimento de nossos bolsos, de nossas pastas ou dos nossos locais de trabalho.
Você já notou como milhares de canetas Bic, somem diariamente da vista da humanidade, sem que ninguém jamais suspeite seu paradeiro ou a forma como desapareceu?
Você já parou pra pensar que, sendo a população do planeta em torno de seis bilhões de almas e, tendo cada uma, durante sua vida, visto desaparecer diante de seus olhos, pelo menos, meia centena de canetas Bic’s, o quanto é gigantesco o tal mistério que se segue ao sumiço ?
Já parou pra calcular que tal desaparecimento importa na evaporação inexplicáel de aproximados trezentos bilhões dos misteriosos objetos ?
Você mesmo! Me responda: Quantas canetas Bic já viu desaparecer ?
Pela quantidade de tais objetos perdidos, seria de supor que, em determinado momento, alguém acidentalmente haveria de encontrar lugares onde estariam depositadas e adormecidas montanhas delas. Mas não ! Não! Nunca se teve notícia de qualquer descoberta desses esquecidos e gigantescos depósitos onde teriam supostamente que estar, os milhões de Bics que diariamente somem misteriosamente.
Os mais zen ou místicos que mexem com ufolugia querem mesmo crer que as canetas Bic, são seres extraterrestres transfigurados naquela forma, os quais, uma vez cumprida sua missão entre nós, misteriosamente retornam ao seu local de orígem, incógnito nas profundezas do universo. Nos deixando aqui pasmos e atarantados com seu repentino sumiço.
Acrescente-se a tal mistério o que, talvez seja o mistério maior: Antes de se desmaterializar diante de nós, toda caneta Bic vê primeiro desaparecer sua tampinha, para, tempos depois, ela mesma sumir. Tal episódio prévio - Talvez em razão das mordidas que lhes damos - nos faz suspeitar que as tampinhas ao sumirem, desencadeiam o irrefreável fenômeno da desmaterialização da canetas, pois mesmo se as amarrarmos após perderem suas tampinhas, elas, invariavelmente, irão sumir.
Portanto, eis o mistério dos mistérios. A você, que insiste em não acreditar no que estou dizendo: Lanço um repto!
Quem nunca viu, inexplicavelmente, sumir diante de seus olhos, pelo menos uma dezena de canetas Bic, que atire a primeira tampinha.
Isaac Sandes - 30/05/09
2 comentários:
Muito bom Isaac, parabéns. Essa foi ótima!
Eu mesmo já perdi dezenas dessas canetas... elas somem mesmo!!!
Grande abraço.
Humberto
Maravilha! Você é realmente mágico! Esse foi grande! Provocou risos e pensamentos! Vou analisar esse mistério! rsrsrs Um beijo grande
Salete Brazil
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