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domingo, 14 de fevereiro de 2010

O POUSO NA CHAMPS-ELYSÉES


Os brasileiros que passeiam pela elegante Avenida Champs-Elysées, em Paris, deveriam olhar com muito orgulho o prédio 114. Ali morou Santos Dumont. Mais ainda: foi também o lugar onde posou o Dirigível n. 9, sob os olhares perplexos de milhares de franceses. Além de morar no local mais nobre da cidade, o cara era ousado. Em 1903, nada de chegar em casa de nos modernos automóveis que encantavam a burguesia. Autenticidade era a palavra de ordem. Depois de sobrevoar a Cidade Luz num frágil balão, tinha mesmo que pousar na porta de casa para comemorar o feito com muito champagne.
Santos Dumont foi morar na França aos 20 anos de idade, onde seguiu estudos superiores. Sua primeira grande invenção foi o Balão Brasil, assim batizado em homenagem à terra natal. Depois vieram outros, até a construção do 14 BIS, que o celebrizou como o pai da aviação mundial.
Enquanto espero o avião que me conduzirá ao Brasil depois dessa breve temporada parisiense, penso na grande contribuição que Santos Dumont deu para a humanidade: um meio de transporte que encurta distâncias e aproxima pessoas de todos os continentes.
Visitei algumas vezes sua casa em Petrópolis. Um sobradinho acolhedor e cheio de criatividade. Uma mostra da genialidade de seu proprietário. Todos ficam impressionados com o formato da escada, o sistema de aquecimento d’água, entre outras invenções inusitadas. Pouca gente sabe, mas ele também foi o inventor do relógio de pulso, ornamento tão comum na contemporaneidade. Santos Dumont suicida-se em 1932, desgostoso por ver que os aviões que ele ajudou a construir tinham-se tornado máquinas de guerra. O golpe foi muito forte para a sua frágil saúde física e mental.

3 comentários:

Madalena Sofia Galvão Viana disse...

Oi professor! Obrigada pelas palavras no post anterior. Achei muito interessante o senhor ter tirado a foto da plaquinha que faz do prédio 114 um orgulho para nós, brasileiros. Certa vez meu pai me falou que a invenção do relógio de pulso foi ao acaso, como há época só se usava relógio de algibeira ficava difícil ver as horas enquanto se estava voando. Daí ele teve a idéia de amarrar no pulso o relógio, resolvendo o problema.

Madalena Sofia Galvão Viana disse...

Oi professor! Escrevi uma crônica nova em um blog que eu publico, quando o senhor puder dê uma olhadinha. Eis o link: http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/2200633

Blog da Getrudes disse...

Oi professor. Moro em Fortaleza. Sou Formada EM lETRAS E HISTÓRIA.
tRABALHO COM A MEMÓRIA DA IMPRENSA CEARENSE. Gostei do artigo sobre Santos Dumont. Sou fascinada pela História da Aviação. Voar é fantástico.