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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

EMOÇÕES

ISAAC SANDES
Promotor de Justiça
Quem teve a felicidade de comparecer ao auditório da Procuradoria Geral de Justiça no último 16 de outubro, foi contemplado com um evento repleto de qualidades humanas que, atualmente, vemos tão escassas. Simplicidade, humildade, inteligência, sinceridade, amizade e amor.
O episódio que reuniu tantos valores, foi a posse no cargo de Procurador de Justiça, do Dr. José Artur Melo. O popular Batalha, ou, para os seus amigos mais íntimos, simplesmente “O Zé”.
Aqueles que estão acostumados e enfastiados com as ensebadas formalidades de tais eventos, foram surpreendidos com um momento vibrante e permeado das qualidades acima referidas. Cada um que olhasse para a fisionomia do outro ali presente, via a mais sincera feição de interesse e legítimo prazer na sua coadjuvante participação. Isto porque cada um que lá compareceu, o fez imbuido da mais sincera vontade e desfrutava com o empossado, a beleza e a elevação daquele momento. Com exceção de alguns poucos que ali foram levados pelo dever, a quase unanimidade lá se encontrava com a intenção de fazer uma celebração à amizade e ao mérito.
A gravidade que costuma permear tais eventos, foi imediatamente quebrada pela empatia que reinava entre a platéia e o homenageado. O discurso deste último foi uma verdadeira declaração de amor; amor à verdade, amor à simplicidade, amor à humildade e, principalmente, uma ode à familia e aos amigos.
Confesso que nunca vi tanta emoção no rosto de tantos convidados, emoção esta que, num crescendo com as palavras do empossando, foi tomando conta de todos quantos se identificavam com sua sincera peroração.
Como bem frisei acima, a fala do “Zé” foi uma aula de simplicidade, um voto de humildade, um raio de inteligência, um banho de sinceridade e uma revelação à amizade e ao amor. Amor de pai, amor de filho e amor de amigo.
Numa inovação sadia e sincera, não deixou de dar uma lição àqueles que um dia tripudiaram sobre o respeito e a boa convivência entre colegas e cidadãos.
O discurso, longe de conter manchas de mofo e o intolerável cheiro de naftalina, foi vibrante e escancarou, de par em par, as portas de sua alma aos presentes.
Quem tinha alguma dúvida sobre a, às vezes, face carrancuda do “Zé”, saiu dali certo de que tal carranca é apenas um acidente anatômico com consequências apenas no terreno das aparências.
Quem, como eu, está acostumado com seus arranques e arroubos passageiros, sabe que o “Zé” é um tanque de guerra feito de papel machê, recheado do mais puro e doce mel.
Isaac Sandes – 18/10/2009